O Rio de Janeiro foi a primeira cidade da América do Sul a organizar um serviço de transporte coletivo sobre trilhos de ferro. Uma das companhias que passou a operar nesse serviço foi a Ferro-Carril de Santa Teresa, fundada em 1872. Esses bondes continuam em operação, executando seu trajeto no bairro supracitado.
Infelizmente, ao longo de diversas administrações públicas, eles nunca mereceram a devida atenção, contribuindo para o progressivo sucateamento do serviço que culminou em um acidente grave em 2011. O laudo pericial apontou grande precariedade em todo o sistema operacional, com ênfase em falhas gritantes na manutenção dos veículos. Esse é o ponto principal: se existem localidades que almejam manter o transporte coletivo através de bondes, tal serviço não se materializará, obviamente, apenas no discurso, como o fazem certas autoridades políticas, que se limitam a remeter em tons nostálgicos ao tempo que tais veículos eram o meio de locomoção mais utilizado pelas pessoas. Ações concretas, através de planejamento, parcerias e investimentos, são fundamentais.
Em novembro do ano passado, o governador do Rio assinou um convênio de cooperação técnica com a Companhia Carris de Ferro de Lisboa, Portugal, para que a equipe portuguesa contribua no projeto de total reestruturação no serviço de bondes. A data de conclusão das obras está prevista para 2013. Na capital gaúcha, em março de 2011, foi lançado um edital público solicitando a apresentação de empresas para elaboração de um estudo de viabilidade técnica e econômica para a implantação de uma linha de bonde no bairro Centro Histórico. A ideia é proporcionar mais uma opção de lazer e turismo para a cidade, realizando um trajeto entre os principais espaços histórico-culturais de Porto Alegre, como o chalé da Praça XV, Usina do Gasômetro, Casa de Cultura Mario Quintana, entre outros. A previsão é que em 2012 seja divulgada a escolha da empresa responsável pelo estudo em questão e, posteriormente, o projeto final seja apresentado.
Espera-se que essas iniciativas rendam bons frutos, integrando os bondes no espaço urbano junto à população e assim contribuindo para o nosso desenvolvimento sócio-cultural.
4 comentários:
Não só é uma ótima ideia, principalmente no quesito ambiental, como esses bondes 'novos' poderiam ocupar os trajetos das atuais linhas circulares do centro. Já imaginou como seria legal? Além do mais, baseando-se no que ocorre no Rio de Janeiro, poderiam ser sugeridas linhas locais, que passassem por bairros movimentados...
Sou novo, nao vi o bonde funcionar em Porto Alegre com os meus próprios olhos mas depois de visitar Lisboa e ver estes mesmo rodando até hoje, os velhinhos mesmo, me pergunto do porque Porto Alegre ter abandonado eles. São ecologicamente corretos e até mais confortáveis. Espero que algum dia eles voltem em alguns trechos do centro, como o circular acima citado. Mas acima de tudo, deveriam considerar seriamente a instalação de Trams (os bondes do seculo 21). São muito mais confortaveis, ecologicos e diminuiem o nivel de stress da população.
Olha, saudosismo é bonito mas não leva muito adiante.
A Carris, através de seus profissionais dos mais diversos níveis, devia tentar recuperar a memória do ótimo serviço de transporte de Bondes que tinha em Porto Alegre, não pensando no passado somente, deveriam olhar o que havia aqui e o que há de mais moderno no mundo neste tipo de transporte, resgatando a história da companhia para tentar levar isto para o futuro.
A extinção dos Bondes em Porto Alegre, pelo então Interventor Telmo Thompson Flores, é um dos maiores escândalos públicos de nossa cidade, que não foi divulgado na época pela presença da censura e a subserviência da imprensa gaúcha.
Os ônibus (simples, articulados ou os BTRs) são coisas do passado, pois com o aumento constante e natural do preço dos combustíveis este tipo de modal em breve se transformará em algo anacrônico, não sustentável e anti-econômico.
Olhando os VTL da atualidade (vide http://pt.wikipedia.org/wiki/Ve%C3%ADculo_leve_sobre_trilhos ), os herdeiros diretos dos bondes, se vê o que é o futuro, não estas estruturas desconfortáveis, poluidoras que são os ônibus e suas variantes.
Linhas históricas são bonitinhas, mas não dão a dimensão da grandeza do transporte sobre trilhos.
Estou falando isto neste site, pois prefeitos entram e saem como quem passa numa porta rotatória, mas a história da Carris sobrevive a estes todos e enquanto todos os profissionais desta empresa não se derem conta disto e no início trabalharem (mesmo que voluntariamente)pela "volta ao futuro" as imagens dos bondes como a história da Carris será algo bonita e bucólica, nada mais do que isto.
Só um adendo, olhem o que já foi feito no Ceará (http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=661196), um dos estados pobres do Brasil (pobres em dinheiro, mas não em imaginação e criatividade).
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