Um transporte organizado
Encontramos no jornal Zero Hora de oito de agosto de 2003, uma matéria na sessão "Almanaque Gaúcho" que fala sobre a importância dos almanaques que circulavam em Porto Alegre no fim do século XIX. Como a matéria citada faz referência aos bondes à tração animal, que circulavam na época na cidade, resolvemos transcrever alguns de seus trechos:
"(...) Os almanaques que circulavam no fim do século XIX eram importantes para os cidadãos que, por eles, se orientavam quanto ao preço e à maneira de utilizar os diversos serviços. No almanaque de 1886, editado por Graciano Azambuja, por exemplo, constavam as orientações sobre os horários de trens entre Porto Alegre e Novo Hamburgo, entre Rio Grande e Bagé, entre a Capital e Santa Maria (da ferrovia em construção para Uruguaiana) (...). Mais interessante é saber o rigor com que eram fixados os horários dos bondes que circulavam na cidade. Mesmo puxados a burro, tais serviços tinham horários e trajetos precisos. A Linha do Menino Deus, por exemplo, tinha 6157 metros, e os carros partiam de meia em meia hora da Praça da Alfandega, entre as 6 hrs às 22 hrs. 'Os bondes das horas passam pelo Campo do Bom Fim, os das meias horas pela Rua da Margem', informa o almanaque. Mais precisas ainda são as informações sobre a Linha Caminho Novo (Voluntários da Pátria): os carros partiam da Praça da Alfândega de 40 em 40 minutos, com exceção dos da hora do pique, que eram de meia em meia hora. Todos mantinham alguma mudança no outono e no inverno (...)".
O chamado "Campo do Bom Fim" no final do século XIX corresponde atualmente ao Parque da Redenção. A "Rua da Margem" citada na matéria, corresponde a nossa atual Rua João Alfredo, que margeava o Arroio Dilúvio até este ter seu curso reorientado na década de 1930. Ao ler este texto, é interessante constatar que o transporte público de Porto Alegre do final do século XIX, apesar de precário, já tinha uma certa organização em seu funcionamento.
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