Como nossos amigos sabem, estamos organizando atividades culturais para comemorar o centenário de nascimento de Lupicínio Rodrigues que ocorrerá em setembro deste ano. Realizando as pesquisas que irão dar suporte a estas atividades, encontramos histórias divertidas que falam um pouco sobre esta personalidade tão interessante que foi Lupicínio. Iremos transcrever neste blog uma destas histórias, trata-se de uma experiência vivenciada por Lupi e o seu amigo Soilo, outro boêmio da Porto Alegre de outros tempos:
"(...) Verão pleno, sábado. Na rua João Alfredo (antiga Rua da Margem) se inaugurava o Tareco, espécie de gafieira. Lupicínio já trabalhava na Faculdade de Direito, mas era meio do mês, dinheiro não havia. Lupi e seu amigo Soilo, bom violonista e cantor recém chgado da fronteira, estavam barbudos e precisavam se enfeitar para ver as meninas do Tareco. E não vacilaram. Entraram no primeiro salão de barbeiro que encontraram. O Lupi perguntou: 'quanto é barba?'. O Fígaro respondeu: 'dois mil-réis'. O Lupi perguntou de novo: 'duas passadas?'. E como o barbeiro confirmasse, Lupicínio fez a proposta: 'então dá uma passada no rosto dele e outra no meu' (...)".
Retiramos esta história do livro "Roteiro de um boêmio", escrito por Desmosthenes Gonzales em 1986. Neste trabalho, o autor (que foi amigo de Lupicínio) conta a vida do compositor e apresenta algumas de suas histórias na noite de Porto Alegre. Postaremos a seguir imagens da antiga Rua da Margem e de Lupicínio.
Antiga Rua da Margem, década de 1930. |
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