Na semana passada comemoramos o dia do Patrimônio Histórico. Os últimos anos têm sido marcados por políticas que valorizam o patrimônio histórico e artístico nacional. Entretanto, ainda permanece uma visão restrita no que se refere ao que é patrimônio e como devem ser realizadas as ações educativas referentes a ele. No primeiro caso a percepção refere-se, na maior parte do tempo, ao patrimônio material – prédios, museus e instituições de memória -, já no segundo, costumamos restringir a educação patrimonial ao espaço escolar. Esta forma de entendimento, no entanto, limitam as leituras do urbano e as formas possíveis de apreensão dos bens culturais pelos citadinos.
Além do monumental, do venerável, o cotidiano pode ser também apreendido como parte do patrimônio que deve ser preservado e valorizado. Esse é o caso do transporte, do trânsito, dos veículos que todos os dias usamos para nos locomover nas ruas e vias da cidade. As memórias dos meios de transporte são elementos representativos de uma metrópole que diariamente se modifica e se transforma. O reconhecimento, identificação e apropriação fazem parte, portanto, do processo de educação patrimonial que não se restringe à escola, mas abarca todos os cidadãos.
A Companhia Carris Porto - Alegrense com seus 139 anos de história pode ser percebida, dessa forma, como patrimônio material, mas também imaterial, nas memórias de seus colaboradores e usuários do transporte coletivo. A trajetória de seus veículos, assim como os ônibus que circulam na cidade, são elementos do urbano, que pertencem aos cidadãos. A educação patrimonial deve ser percebida, portanto, nesse sentido, como um processo contínuo que envolve toda a população, promovendo o fortalecimento da cidadania e a inclusão social. Convidamos à comunidade da Capital e região para acompanhar e participar das ações realizadas, contribuindo, assim, para a percepção do sujeito como parte integrante da cidade, de sua história, memória e cotidiano.
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