sexta-feira, 6 de maio de 2011

Celso Russo (Programa de História Oral)


Geralmente nas terças feiras, entrevistamos antigos e novos colaboradores no intuito de conhecer um pouco mais das trajetórias individuais daqueles que diariamente vivem e configuram a Carris, seus colaboradores. Numa dessas terças entrevistamos, na sala da unidade de Compras da companhia, o senhor Celso Roberto Lopez Russo que trabalha na Ferramentaria, setor que faz parte da manutenção da empresa.
A relação de Russo com a Carris começou antes que ele ingressasse na companhia, quando tinha 14 anos e trabalhava entregando material de escritório. Costumava, nessa época, subir com o bonde a avenida Alberto Bins muitas vezes pendurado na porta como bom menino travesso. Entre as muitas histórias que relatou, cita um tio que, numa curva do bonde, bateu a cabeça no poste. Esse fato, embora nos chame a atenção atualmente era, segundo nos relatam os jornais de época, algo corriqueiro devido ao hábito que alguns transeuntes tinham de viajar nos estribos do bonde, agarrados em suas portas. Assim como outros que também entrevistamos, Russo nos falou do chamado bonde “fantasma”, uma espécie de veículo coruja que passava no início da madrugada pelo bairro glória. Quem fazia esse trajeto era um bonde “gaiola”, veículo de quatro rodas que balançava muito em cima dos trilhos, o apelido vem do fato de ser menor que os outros.            
Professor Russo, como é carinhosamente chamado, entrou na Carris em 1989 como motorista, de 1992 a 1993 tornou-se mecânico de pista, responsável pela verificação das condições dos veículos. Em 1996 ele foi emprestado para a prefeitura e desde 2009 trabalha na oficina da empresa. Celso esteve presente em vários momentos importantes na história da Carris, entre eles na intervenção da prefeitura em 1989. Russo viveu esse momento marcante para a história de Porto Alegre na “linha de frente” como motorista da Restinga. Segundo ele, um belo dia chegou à companhia e lhe avisaram que ele faria essa linha, como não conhecia a linha os próprios passageiros lhe ensinavam o caminho. De acordo com ele ainda, a Carris assumira, nessa situação, as linhas “complicadas” e reformavam na própria oficina os ônibus para que esses pudessem transitar. Assim, a partir desse momento, as outras empresas também são obrigadas a investir na qualidade dos coletivos.
Com um carinho especial pela Carris, Russo reforça o que considera pontos extremamente positivos da Companhia e da sua relação com a população, qualidade dos ônibus (que servem de modelos para outras empresas) e relação amigável entre funcionários, segundo ele: “a Carris mora no meu coração”. Essa relação com a empresa, no entanto, vai além de sua geração, de acordo com o professor seu tio-avô já havia trabalhado na Carris como eletrecista.

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