quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Diálogos e Reflexões sobre a Cultura Afro-Brasileira: 1º Encontro da Consciência Negra no Museu da Comunicação.

No dia 24 de Novembro os palestrantes da Exposição VIDHAS juntamento com a Historiadora da Memória Carris Renata Andreoni Participaram da mesa redonda no Evento: Diálogos e Reflexões sobre a Cultura Afro-Brasileira:  1º Encontro da Consciência Negra no Museu da Comunicação.
Foi uma troca de vivências que os palestrantes: Lorecinda, Jorge Terra , João Candido e a  Coordenadora do Projeto Renata Andreoni proveram a respeito do Projeto VIDHAS nas escolas.

Para quem não conhece a Exposição VIDHAS é composta por 21 banners que de uma perspectiva linear, apresenta a história de lutas e conquistas dos negros pelos Direitos Humanos. A mostra inicia na declaração de 1948, abarca  figuras como Martin Luther King e chega ao Brasil tratando da escravidão, libertação  e formação de quilombos no país e em Porto Alegre. Na parte da contemporânea são apresentados quatro personages de etnia negra que contam sua busca pelos direitos humanos, um deles é sobrinho neto de João Candido o "Almirante Negro".

Através de palestras em escolas, estes personagens mostram para a comunidade a importância da conquista pelos Direitos Humanos.




Após a mesa redonda foi feito o itinerário "Territórios Negros" que trata-se de um ônibus da Carris  com a monitoria de uma historiadora  ele percorre os territórios de Porto Alegre que estão ligados a história dos Negros, desde o Mercado Público e a tradição do "Bará" , as sociedades Quilombolas, Igreja das Dores, Praça da Forca entre outros.

CONFIRA!!!


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Trilhos de Bondes são encontrados em obra dos futuros BRT'S.

A relação da Cia Carris Porto - Alegrense com a capital já dura 140 anos. Porto Alegre cresceu em volta dos caminhos dos trilhos dos bondes da Carris, que auxiliava no deslocamento dos cidadãos, como atualmente em suas 29 linhas transportando cerca de  300 mil passageiros diariamente. Com a desativação dos serviços dos bondes muitos dos trilhos foram retirados e reaproveitados em outras obras, mas algumas surpresas deixadas pelos nossos antepassados vão aparecendo no nosso dia a dia como os resquícios das escadarias do antigo  caís encontrado na obra de revitalização da Praça da Alfândega, e agora até mesmo antigos trilhos usados pelos Bondes . O que é curioso é que estes trilhos foram encontrados justamente nas obras do novo meio de transporte da Capital os "BRT'S" é um contato muito rico entre o passado e o futuro.
Aguardamos ansiosos pelas novas "descobertas" que poderão ocorrer durante as obras de modernização do transporte público.

Abaixo a reportagem do dia 22/11/2012 na ZH sobre o ocorrido.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O Bonde Petrópolis



" Uma velha tia, sempre tomava conhecimento de que alguém teve uma conduta condenável ( principalmente se era da família), dizia: " Alguém tem que colocar essa criatura nos trilhos". " Os bondes são o melhor exemplo a ser seguido pelas pessoas que querem andar pelos trilhos certos da vida, pois eles não saem dos trilhos, e quando saem logo voltam", dizia minha tia olhando para nós, os sobrinhos.
Em 1958, ao completar 18 anos, recebi a autorização do meu pai para chegar a qualquer hora em casa. Meu presente foi além de uma calça "boca 18". Uma chave da porta frente, como se dizia. Naquela época ainda era assim. Minha mãe não gostou muito dessa liberdade de horário, porque até aquele momento, sempre eu chegava depois das 23 horas, tinha que bater na janela do quarto dos "velhos"! e esperar que um deles abrisse a porta para mim. Geralmente quem abria a porta era a minha mãe.
Morávamos em Petrópolis, quatro quadras do fim da linha do bonde, que era na esquina da Rua Carazinho com a Avenida Protásio Alves. De madrugada ouvia-se o ruído forte das rodas do bonde sobre os trilhos, chegando no fim-da-linha. Nas madrugadas de sábado e de domingo , minha mãe ficava esperando o "bonde coruja", que passava pelo Abrigo da Praça XV, mais ou menos às 3 horas da manhã, quando ainda a Boite Tabaris ia em meio às suas noitadas. Ela era sobre o abrigo, e a gente chegava até lá subindo por uma escadinha estreita no centro ( escada que eu nunca me animei a subir, porque não tinha dinheiro nem para pagar a entrada, quanto mais para a consumação com umas das "moças" frequentadoras habituais). A música era ao vivo. Nunca soube que tivesse havido alguma baderna na Tabaris.
Até mais ou menos meus 21 anos, nos find de semana, minha mãe só dormia depois das três e meia ou quatro horas, pois ficava esperando ouvir o barulho do "bonde coruja" chegando no fim da linha, travando, trocando a alavanca e voltando. Quinze ou vinte minutos depois, eu chegava em casa.
Lá por 1959, passei a usar uma linha de ônibus que passava em frente a nossa casa, depois da meia-noite, de uma em uma hora. Aquela comunicação entre o bonde e minha mãe foi muito especial. Até hoje ela conta que vez ou outra sonha e acorda sobressaltada, por ter ouvido o bonde chegar no fim-da -linha. A única vez que sai dos trilhos, segundo minha mãe, foi quando comecei a andar de ônibus, mas ai a velha tia já não existia mais.

Brinckmann,JORGE - Concurso: " Relatos da História Carris 130 anos" -Porto Alegre, 2002.