segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

I Feira do Livro da Carris

      A última semana foi muito especial para nós da Unidade de Documentação e Memória Carris. Entre os dias 18 e 20 de dezembro realizamos a I Feira do Livro da Carris. Este foi o primeiro evento do tipo na empresa, esperamos entretanto, que várias outras "Feiras do Livro" aconteçam aqui na Carris. De acordo com a avaliação de nossa Unidade, esta foi uma iniciativa de sucesso. Além da venda de livros ocorreram atividades culturais bem interessantes que contaram com a participação de vários de nossos colegas. O objetivo da Feira foi incentivar a leitura entre os colaboradores da Carris e reunir os diferentes setores da empresa em meio a valores positivos como a leitura e a cultura. Nossa Feira foi oficialmente aberta na quarta-feira dia 18, às 14h, através de uma cerimônia de abertura que contou com o Diretor do Administrativo e Financeiro da Carris, Vidal Pedro Dias Abreu. Em seu discurso, o Diretor Vidal falou sobre a iniciativa de uma Feira do Livro da Carris e sobre a importância da leitura. 


  
  Durante a tarde desta mesma quarta-feira, realizamos as nossas primeiras atividades culturais, neste momento voltadas para o público infantil. Compareceram aqui na Carris os alunos da creche "Três Corações", que recebe apoio da empresa. Estes alunos assistiram a uma contação de história realizada pelo escritor infantil Carlos Augusto Pessoa de Brum e participaram de uma oficina de ônibus de montar de papel com nosso colega voluntário Ismael Bohem da Silva. 


    Na quinta-feira, dia 19/12, ocorreu a "Tarde de Autores". Estiveram presentes neste evento os escritores Alexandre Fiore, Newton Terra, Fernando Almeida, Hilda Flores e Moacyr Flores. Cada um falou um pouco sobre a sua obra e após todos participaram de uma sessão de autógrafos. Este foi um momento muito legal da Feira, já que a participação de nossos convidados foi de altíssimo nível, proporcionando aos presentes um momento de muita troca de conhecimentos. 


    As temáticas apresentadas pelos autores convidados foram as mais variadas. Os senhores Alexandre Fiore e Newton Terra são médicos, o primeiro é pediatra e falou sobre os cuidados dos pais com as crianças; já o segundo é geriatra e falou sobre qualidade de vida na terceira idade. O senhor Fernando Almeida é poeta regionalista e declamou um belo poema de sua autoria. Os senhores Hilda e Moacyr Flores são historiadores. A professora Hilda Flores apresentou seu livro que fala sobre as mulheres contemporâneas da Revolução Farroupilha, um trabalho de história realmente inspirador. 



O professor Moacyr Flores falou sobre o trabalho do historiador e o cuidado com os "sensos comuns" construídos em relação ao passado. Também comentou sobre as décadas de estudo e trabalho que dedica  as profissões de pesquisador e professor. Enfim, foi uma tarde de muita cultura aqui na Carris.


  
Como falamos no início deste texto, esperamos que muitas outras Feiras do Livro ocorram na Cia. Carris Porto-Alegrense. Momentos como estes são oportunidade preciosas para ampliarmos nossa aprendizagem e compartilharmos conhecimento.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Madiba


       Hoje abrimos um parênteses em nossas postagens para falarmos sobre Nelson Mandela. O dia cinco de dezembro de 2013 com certeza entrará para a história, ontem a noite perdemos um dos maiores líderes destes últimos séculos. A vida de Nelson Mandela é uma aula de história e uma lição de determinação e luta pela justiça. 
      Nascido no ano de 1918 em Mvezo, zona rural próximo à região do Cabo na África do Sul, Mandela era membro da nação Xhosa, uma tradicional tribo da região. Em 1942 Mandela começou a frequentar as reuniões do CNA (Congresso Nacional Africano), movimento que lutava por condições mais iguais entre negros e brancos na África do Sul, país politicamente dominado por uma minoria branca formada por descendentes de inglês, holandeses e alemães. Em 1948 o Partido Nacional chegou ao poder na África do Sul e criou o "apartheid", uma política de segregação racial oficializada pelo Estado. Tornaram-se políticas de Estado medidas como a proibição de casamentos entre negros e brancos, a criação de áreas residenciais exclusivas para negros, assim como escolas também segregacionistas, além de outras medidas racistas. Postamos a seguir, imagens em que apresentam exemplos de práticas racistas que aconteciam com apoio oficial na África do Sul no período:

Bebedores exclusivos para brancos e negros. 


Praia segregacionista, com áreas exclusivas para brancos.

        Neste momento,  a CNA tornou-se o principal foco de resistência e luta contra o apartheid e Mandela a sua mais importante liderança. Em 1952 Mandela foi preso pela primeira vez. Em 1960 a CNA tornou-se ilegal e Mandela, juntamente com outros partidários do movimento, criaram a "Umkhonto we Sizwe" (Lança da Nação), mão armada do movimento anti-apartheid.  Após dois anos agindo através da "Umkhonto we Sizwe", Mandela foi preso em 1962, ficando na cadeia por 27 anos.
       Ao sair da cadeia, em 1990, Mandela assumiu um discurso de conciliação e esforço para unir o país em torno da ideia de reconstrução com respeito aos diferentes povos que o compõem. Em 1994 foi eleito presidente da África do Sul e colocou em prática o seu discurso conciliador, pregando que era o momento de esquecer o passado e construir um novo país. Em 1999, quando deixou a presidência, realmente a África do Sul era um país bastante diferente, buscando ativamente superar seu passado segregacionista.
      São de Mandela as seguintes palavras: "Ninguém nasce odiando outra pessoa por causa da cor de sua pele, ou por causa de sua origem ou religião. As pessoas aprendem a odiar e, se elas aprendem a odiar, elas podem ser ensinadas a amar, porque o amor vem mais naturalmente para o coração humano do que o seu  posto". Desejamos que fique como legado de Mandela a consciência de educar as próximas gerações para o amor e a tolerância e não para os seu opostos. Que possamos aprender a conviver e respeitar todos, a pesar de nossas diferenças.


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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Senhor Talis Wolkmer


      Nesta última quinta-feira, dia 28 de novembro, nós da Unidade de Documentação e Memória Carris fomos visitar o senhor Talis Wolkmer, um ex colaborador da Empresa. Seu Talis é natural de Porto Alegre, nasceu e morou a maior parte de sua vida no bairro Azenha (atualmente vive no bairro Medianeira). Durante a entrevista, seu Talis nos contou que seu pai, um tio e um primo também trabalharam na Cia. Carris. O nome do pai do seu Talis era José Arcelino Wolkmer, e ele foi fiscal de bonde. 
    Seu Talis trabalhou "apenas" 39 anos na Carris, ingressou em primeiro de maio de 1947, se aposentando no ano de 1986. Durante este intervalo de tempo, exerceu inúmeras funções na empresa. Diz que o fato de ter começado a trabalhar num primeiro de maio fez com que ele se tornasse uma pessoa muito trabalhadora. Como não poderia deixar de ser, nosso entrevistado tem um grande carinho pela Carris, já que aqui passou grande parte de sua a vida, assim como o seu pai havia feito antes dele. Na casa deste senhor há um número bastante grande de objetos que fazem referência a empresa, como mini bondes, chaveiros com o símbolo da Carris, placas que recebeu ao longo de sua jornada na Cia., entre outras lembranças.
       Este senhor é um grande contador de histórias, tanto que o tempo de uma hora e meia que reservamos para a entrevista não foi suficiente, teremos que agendar uma nova visita ao senhor Talis. Ele nos contou que sua primeira função na Carris foi de colocador de bobina nos bondes, mas que como fazia um curso de Torneiro Mecânico no SENAC, logo foi utilizado em outras funções. É de seu Talis a informação que existiu na Carris uma cooperativa que vendia aos funcionários da empresa produtos de alimentação, higiene, limpeza e vestuário a um preço menor que o do comércio tradicional. Até a realização desta entrevista não tínhamos esta informação. Seu Talis foi responsável por esta cooperativa da década de 1960 até seu fechamento em 1973, quando a Carris mudou sua sede da Avenida João Pessoa para a rua Albion. Entre as histórias contadas por seu Talis consta a de que a chegada do caminhão do "rancho da Carris" na casa dos antigos colaboradores era a maior festa para a criançada.
        Após o fechamento da cooperativa, seu Talis passou a trabalhar  no Departamento Pessoal da Carris, chegando a ser chefe do setor. Também trabalhou na "Escola de Motoristas", de onde guarda muitas histórias. Uma delas é da turma "rebelde" que foi "enquadrada pelo senhor Talis e se tornou um modelo para os alunos posteriores. 
        Quando postamos a imagem do seu Talis no facebook percebemos o quanto ele é querido por seus ex colegas. Várias pessoas comentaram a imagem lembrando deste simpático senhor e falando de suas saudades!  




               Foto do Departamento Pessoal da Carris, no período em que o Sr. Talis ali trabalhava.



             Foto do Sr. Talis tirada na última quinta-feira.