quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

A primeira empresa de bondes no Brasil

O texto que iremos transcrever foi retirado do jornal Estado de São Paulo de 16 de outubro de 1992. Trata-se de uma pequena matéria falando sobre a primeira empresa de bondes no Brasil. Além disso, o texto também apresenta algumas informações interessantes sobre a história deste veículo em outras grandes cidades do mundo:


Primeira linha surgiu no Rio de Janeiro

      O ano de 1859 foi marcado por um acontecimento importantíssimo na capital do Império: a inauguração da primeira linha de bondes do país. A Companhia Carris de Ferros da Tijuca escolheu o bairro do Jardim Botânico, no Rio dos 250 mil habitantes, para iniciar os seus serviços. O Brasil foi o segundo país do mundo a adotar esse meio de transporte. Sete anos antes, a Carris havia colocado uma parelha de cavalos puxando bondes pelos trilhos de Nova York.
      Treze anos mais tarde, a novidade chegou a São Paulo. Pouco depois, os bondes ganharam as ruas do Recife, de Salvador e Belém. O bonde elétrico, que surgiu na França em 1881, também teve a sua estréia brasileira no Rio, na Praia do Flamengo, em 1892. 
      Na virada do século, a São Paulo Tramway Light e Power ou simplesmente Light, inaugurou várias linhas de bonde elétrico na Capital. O meio de transporte mais rápido da época não tardou a ganhar vários apelidos. O mais popular deles foi camarão, um modelo importado do Canadá.
      O último camarão parou de circular em São Paulo em março de 1968. Ele fazia o trajeto entre Vila Mariana e Santo Amaro. Barulhento, causador de transtornos no trânsito, o bonde cedeu espaço ao metrô. Mas em várias cidades do mundo, os românticos bondes continuaram sendo opção de transporte, como em Amsterdã, Viena, Bruxelas, Genebra e Copenhague.



Bonde elétrico circulando no Rio de Janeiro

       

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Um bonde no Largo Glênio Peres

Em 1992 a Cia. Carris Porto-Alegrense completou 120 anos. Como parte das comemorações, um modelo de bonde Brill foi reformado e exposto no Largo Glênio Peres. O veículo reformado é o mesmo que encontra-se hoje na frente da empresa, sendo ocupado pelo SACC.
Encontramos em nosso acervo uma matéria de jornal noticiando a reforma do bonde e as impressões colhidas entre os seus visitantes. Trata-se de um texto muito legal, que nos possibilita acessar algumas histórias e lembranças sobre o período dos bondes em Porto Alegre:

"Bonde anima os dias do Largo"*

"O velho bonde Brill instalado no Largo Glênio Peres não vai a lugar nenhum. Em compensação, transporta as pessoas para as suas lembranças e para um passado recente. É uma festa para os mais antigos. Poucos porto-alegrenses com menos de 22 anos conheciam esse veículo de perto. Muitos só tinham ideia do que eram bondes através de fotos amareladas ou pelos trilhos mal encobertos deixados em muitas ruas da cidade. Para gente como a estudante de Artes Plásticas Marília Albert, 19 anos restaram apenas as viagens imaginárias: 'Eu vejo os trilhos e imagino os trajetos', conta. 
Marília foi uma das incontáveis pessoas que visitou o bonde no primeiro dia de sua exposição pública (...). A estudante, por exemplo, foi reportada à juventude do pai, no começo dos anos 60, quando Carlos Getúlio Albert, 50 anos, estudava Teologia em Porto Alegre e fazia o trajeto Centro-Teresópolis. Não dava para dizer quem estava mais emocionado - o pai, com suas lembranças, ou a filha, com sua preocupação em preservar a cultura e a história da cidade. 
MODERNO- Não existe o charme do passado, mas a emoção é a mesma. No bonde restaurado faltam as argolas em que os passageiros iam pendurados, balançando em seu tranco lento. O teto também não é o mesmo. 'Deram uma modernizada nele', reclama Nilza Souza Neto, 47 anos. A alegria dela ao entrar no Brill não tem preço. É preciso muito pouco para fazer as pessoas felizes. 'Esse é o nosso bonde', repetia ela, fazendo uma trilha sonora para mostrar aos mais novos como era o som produzido pelo metálico contato entre o rodado e o trilho (...)". 

*Matéria retirada do jornal Zero Hora de 22 de junho de 1992. Jornalista: Rosane Tremea. 

Trecho da capa do jornal de 1992. 


sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Dia da Manutenção





      No dia 4 de dezembro do ano de 1906 foram instaladas as primeiras oficinas nas garagens da Cia. Carris Porto-Alegrense. Naquela época a empresa ainda localizava-se na Avenida João Pessoa, perto do local onde hoje se encontra o Viaduto Loureiro da Silva.  
       A construção das oficinas nas garagens da Carris foi resultado de um momento importante da história do transporte público em nossa cidade: a substituição dos bondes movidos a tração animal pelos bondes elétricos. Com os novos veículos passou também ser necessário um outro tipo de manutenção. Se antes o quadro de funcionários da Carris incluía ferreiros e tratadores de animais, a partir de 1906 passaram a ser necessários mecânicos e eletricistas.
       As oficinas da Carris fizeram história em nossa cidade. Poucas pessoas sabem, mas muitos bondes foram inteiramente construídos nas garagens da João Pessoa. No ano de 1931, os primeiros modelos de bondes produzidos na Carris foram apelidados de “Miller”. O nome foi escolhido em função do projetista e supervisor da construção, chamado de C. W. Miller, engenheiro chefe da Carris.  Já na década de 1950, se tornaram populares na cidade os bondes “Coca-cola”, um modelo norte-americano reformado na Carris e pintado de vermelho e branco. 
       O dia 4 de dezembro é sempre lembrado aqui na empresa como o Dia da Manutenção. Neste ano não foi diferente, realizamos uma pequena homenagem a este importante setor de nossa empresa com uma "Árvore da Memória".  Pegamos uma estrutura de metal em forma de árvore e colocamos várias fotografias em seus "galhos". As fotos eram de diferentes momentos da história da manutenção, e o nosso objetivo foi levar os nossos colegas a se reconhecerem, a reconhecerem colegas e nos contarem um pouco de suas lembranças do setor.  O resultado foi muito legal, vários dos colegas vieram conversar conosco, lembrando de suas histórias dentro da Carris. Aos nossos colegas da manutenção desejamos mais um feliz dia 4 de dezembro!