quinta-feira, 31 de março de 2011

Exposição Vidhas

A exposição Vidhas: história de lutas e conquistas dos negros pelos Direitos Humanos  esta com um projeto de itinerância . Confira o blog de divulgação: http://vidhasitinerancia.blogspot.com/

quarta-feira, 30 de março de 2011

“Um dia me disseram que eu era motorista e eu acreditei, agora estou aqui” (texto da exposição trajetórias femininas)



Com esta frase, Doralina de Ávila costuma brincar, com os colegas, contado sobre o inicio de sua trajetória como motorista. Ingressou na Carris em 1989, na função de cobradora da linha T1 e, aproximadamente quatro anos depois, se inscreveu na Escola de Motoristas, oferecida aos colaboradores da Cia. Após de 02 meses aprendendo seu novo ofício concluiu seu curso no dia 02 de agosto de 1993 mas, atendendo a solicitações, continuou exercendo suas atividades como cobradora, sem previsão de quando assumiria o volante. Para sua surpresa, pouco tempo depois, no dia 26 de Agosto, foi chamada a iniciar sua nova função. No principio enfrentou preconceitos e desconfianças, pois nessa época era incomum encontrar mulheres dirigindo ônibus. Doralina relembra a diferença da frota que, antigamente, não dispunha de modelos automáticos e apresentava maiores problemas mecânicos. Depois de quase dezoito anos dirigindo os veículos da Carris, enfatiza a importância dos cobradores, destacando a realização do trabalho em equipe, principalmente nos trajetos onde grande número passageiros são transportados.  Após uma trajetória de duas décadas, passando por todas as linhas da Cia., com exceção da T10, atualmente Doralina é motorista da linha T7, local onde conquistou muitas amizades levando pessoas de um ponto ao outro da cidade

quarta-feira, 23 de março de 2011

Entrevista com Boca Cheia

Segunda (21/03), na Memória Carris, tivemos a visita de Élson Nei de Mello Viana, colaborador da manutenção na área de apoio. Além de nos fazer uma visita, Élson também nos fez a gentileza de conceder uma entrevista após seu expediente de trabalho. Entretanto, na Carris talvez poucas pessoas conheçam quem é o Élson, já que, nos corredores da companhia, ele é carinhosamente chamado de “Boca Cheia”.
Primeiramente então podemos esclarecer aos nossos leitores o porquê do apelido inusitado. Segundo nos relato o “Boca”, como é carinhosamente chamado, num de seus primeiros dias de trabalho, quando ainda não havia um horário estabelecido para o lanche, pela manhã seu chefe o chamou. Seu colega informou que ele estava ocupado, lanchando, “de boca cheia”. Durante a tarde o mesmo fato ocorreu e o apelido pegou quando seu chefe começou a chamá-lo de “Boca Cheia”.
  Boca Cheia nos contou várias de suas histórias na companhia, já que, além de funcionário há 23 anos, Élson sempre se envolveu em manifestações culturais dentro da empresa. Sua atuação no grupo de teatro, por exemplo, iniciou já nos primeiros anos de Carris. Apresentando peças inicialmente dentro da empresa, os atores amadores ainda tímidos costumavam fazer um “teatro de sombras”, atuando com seus vultos atrás da tela. O grupo Sombra & Ação foi oriundo de outro grupo teatral Pura Arte mantido desde o início dos anos 80 pelo cobrador Miguel Nunes. Segundo Boca Cheia, além de apresentações na empresa, o grupo costumava viajar para várias cidades no interior do Rio Grande do Sul.
Além de nos contar histórias do grupo de teatro, Boca Cheia nos relatou sobre os primeiros anos do Memória Carris, em 1989, quando ele iniciou, no Galpão da Empresa, na época chamado de “Centro de Treinamento”. Segundo nos contou Élson, ali funcionava, na época, uma infinidade de serviços: serviço social, brechó, barbearia, lugar de interação para os funcionários e uma sala onde ficava os materiais da Memória Carris. Hoje, o galpão já não existe e os funcionários da Carris dispõem de uma sede social na empresa, algo inédito na história da companhia, como nos relatou Boca Cheia. Veja aqui vídeo com o Boca Cheia recitando poemas na Câmara Municipal na comemoração dos 135 anos da companhia.


 

sexta-feira, 18 de março de 2011

“Fico emocionada em pensar o significado que a Carris tem na minha vida” (Parte da exposição Trajetórias Femininas)


Cíntia Raquel dos Santos, lavadora de ônibus, realizou concurso público e entrou na Carris em 1997, aos 27 anos. Antes mesmo de ingressar na Cia. já convivia com seus futuros colegas, pois trabalhava em um bar no final das linhas T2 e T5. Incentivada a prestar o concurso pelos motoristas e cobradores que lanchavam no local onde trabalhava, Cíntia terminou por ingressar na Carris no dia 15 de dezembro de 1997, há 14 anos. Atualmente trabalha durante o dia, mas por 12 anos realizou suas atividades no período noturno. A colaboradora destaca que a dinâmica da noite é mais intensa, sendo necessário cumprir uma tabela com um número determinado de ônibus a serem lavados, diferente do dia, onde os veículos são limpos conforme a necessidade apresentada. Cíntia recorda que logo no início pensou em desistir, pois não acreditava conseguir vencer a árdua jornada de trabalho, mas novamente contou com o apoio e incentivo dos colegas para permanecer. Hoje, orgulhosa da atividade que desenvolve, relembra dos momentos que passou na Carris, do quanto aprendeu para o seu desenvolvimento profissional e pessoal, lições que compartilha com seus 02 filhos, que lhe acompanham nas festas e passeios da Cia. Depois de ingressar na empresa concluiu o magistério, fez curso de vigilância, tirou sua carteira de habilitação categoria “D” e, recentemente, realizou concurso para motorista. Agora, resta-nos aguardar e conferir como Cíntia vai continuar construindo esta história

quinta-feira, 17 de março de 2011

Trajetórias Femininas: Mulheres na Carris (texto da exposição Trajetórias Femininas)


Na época de fundação da Cia. Carris, no final do século XIX, Porto Alegre estava se urbanizando, passando por grandes transformações em sua fisionomia. Ao longo do século XX as mudanças continuaram, inclusive nos hábitos e costumes da população. Uma das grandes transformações deste período foi o papel da Mulher na sociedade porto-alegrense. Contar essa história é relatar  trajetórias repletas de lutas e conquistas por seus direitos que continuam até hoje. A Carris participou ativamente deste processo de emancipação, abrindo suas portas e contratando colaboradoras para as mais diferentes funções em seus quadros. A partir da década de 1940 a empresa já contava com mulheres em atividades administrativas. A primeira motorista da Carris e de Porto Alegre, Teresinha Izabel, realizou sua viagem inaugural em 1974. Com uma trajetória centenária, a Cia. conta, atualmente, com a colaboração de 390 mulheres, distribuídas entre os setores de Operação, Manutenção e Administrativo. Na união entre delicadeza e garra, as mulheres estão cotidianamente construindo a história da empresa de transporte público mais antiga do país em funcionamento.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Semana da Mulher na Carris


    Lançamos ontem, na semana que na Carris comemoramos a semana da mulher, a exposição Trajetórias Femininas. O objetivo norteador da amostra é homenagear as colaboradoras da nossa Companhia, que a cada dia contribuem para que a Carris leve, aos seus usuários, um serviço de qualidade. O critério de escolha foi as quatro mais antigas de cada uma das áreas: manutenção, administrativo e operação.  No entanto, no intuito de valorizar outras trajetórias igualmente importantes, mas não contempladas pela amostra, o treinamóvel estará na quarta e quinta feira em frente à tenda da mulher, colhendo depoimentos das colaboradoras que desejarem socializar e divulgar suas experiências e vivências. Desejamos oferecer, nesse momento de comemorações, nosso carinho e homenagem às que a cada dia, com sua garra e coragem, vencem os diferentes desafios e conduzem a vida com singeleza e força. Parabéns!
  Nas próximas postagens colocaremos aqui um pouco das histórias e trajetórias dessas quatro mulheres, que representam todas as colaboradoras que trabalharam e trabalham na construção da história dessa empresa centenária. Na foto acima algumas das mulheres que prestigiaram o evento ontem (que controu com  brindes e coquetel, produzidos pela ASSCOM), no centro, a primeira dama Regina Becker e o presidente da companhia João Pancinha.


terça-feira, 15 de março de 2011

Abertura da Associação Amigos da Memória Carris

Ontem foi um dia de muitas comemorações para a equipe do Memória Carris. Há aproximadamente um ano, no início de 2010, começamos a desenvolver o projeto Memória Carris, um programa de memória empresarial que busca salvaguardar a história da Carris e de seus colaboradores. Nesse sentido ,trabalhamos com o patrimônio material, reunindo e conservando fotografias, documentos e objetos tridimensionais, materiais que se constituem como vestígios da história da empresa de transporte coletivo mais antiga do país. Para além da história oficial (institucional), realizamos um trabalho, utilizando a metodologia de História Oral, de entrevistas com antigos e atuais funcionários do transporte público (bondes e ônibus), bem como seus usuários. Esses depoimentos estão sendo transcritos para uma publicação que pretendemos lançar até o final deste ano. Além disso, esse material já foi utilizado para a realização de duas exposições.
   Para além desse trabalho que realizamos sobre a empresa, identificamos a Carris como um Patrimônio Histórico da cidade, já que sua trajetória está presente nas memórias individuais e coletivas da população porto-alegrense e da região metropolitana. Por esse motivo, configura entre nossos objetivos trabalhar na preservação, divulgação e valorização do transporte público como um todo e suas relações com a Capital e os citadinos, desde bondes à tração animal até os ônibus contemporâneos, destacando suas transformações e implicações na dinâmica da cidade. 
Para ampliar nossas ações, ontem (14/03) foi fundada a Associação Cultural Amigos da Memória Carris. Através deste instrumento poderemos enviar um projeto, que se encontra em fase de conclusão, para lei de incentivo à cultural federal, no qual propomos a construção do Centro Cultural Memória Carris, composto por três grandes eixos interligados: Museu, Arquivo e Biblioteca. Tal proposta está sendo elaborada por uma equipe multidisciplinar, constituída por historiadores, arquivista, museólogo e bibliotecário. De forma concomitante, a conclusão, envio e tramitação do projeto no Ministério da Cultura, estamos trabalhando na organização e catalogação do acervo, principalmente fotográfico, pois contamos com, aproximadamente, 1.000 fotos do período em que os bondes circulavam pela cidade (1872-1970). A Memória Carris utiliza todas as redes sociais para estabelecer um diálogo com a população, por meio das quais as pessoas participam comentando e compartilhando suas vivências no transporte coletivo. Através das redes já recebemos algumas doação de fotos e comentários que contribuíram para a catalogação dos materiais expostos nessas mídias.
Com objetivo de ampliar nossas ações convidamos todos e todas a participar desta construção através de uma campanha de doação, na qual as pessoas poderão doar fotos, passagens e uniformes antigos, enfim objetos que fizeram parte desta história partilhada. Assim como, convidar a todos a participarem da Associação Cultural de Amigos da Memória Carris.
 Na foto acima Vereador Tarcísio Flecha Negra; Diretor Técnico da Cia Carris Eng. Hélio Mendes; Luiz Capra, Presidente da Associação Cultural Amigos da Memória Carris;Diretor-presidente da Cia Carris Sr. João Pancinha, - Secretário Municipal de Industria e Comércio; Secretário Walter Nagelstein; Diretor Adm-Financeiro da Cia. Carris Sr. Luis Fernando Albino.