O projeto do bonde histórico no Chile acaba de concluir sua primeira parte e, afirmo, pelas fotos, a restauração ficou ótima. O veículo estava a 170 km de Santiago e teve que ser transportado, antes do restauro. Segundo Santiago, presidente do instituto, o trabalho foi repleto de dificuldades, pois o elétrico encontrava-se em péssimas condições, já há anos sem uso.
Ainda falta algum tempo para que os chilenos possam ver o bonde percorrendo as ruas do bairro Brasil em Santiago, mas o trabalho até aqui já é considerável. Em julho publiquei aqui a notícia, enviada-me também por Santiago, que o projeto havia recebido US$ 1,5 mil para o translado e a restauração.
A cidade de Santiago tem algumas peculiaridades em relação a Porto Alegre. Lá é grande a quantidade de trilhos que ainda existem, embora o período de fim dos elétricos seja de cinqüenta anos (acabou em 1968, tendo funcionado por 110 anos). Em Porto Alegre, os trilhos permanecem em frente ao Mercado Público e em alguns pontos, onde dentro do asfalto desgastado, aparecem restos dos antigos trilhos. O projeto do Chile prevê a reutilização destas linhas, com algumas implantações e modificações, os bairros escolhidos são Brasil e Yungay.
A linha de bondes no Chile, segundo Allen Morrison, foi a primeira do Hemisfério sul e uma das primeiras do mundo. Ela nasceu em 1858 (a de Porto Alegre só viria em 1872), pela Companhia Carris a Vapor que ligava Santiago com São Bernardo. Os acionistas eram chilenos, mas havia muitos engenheiros norte americanos e a linha teve como base projetos desenvolvidos nos Estados Unidos. Em 1859 a empresa já operava com 20 bondes e intervalo de 10 minutos. Os elétricos lá foram inaugurados em 1900 (na Capital gaúcha só seria em 1908). Diferente daqui, também, por lá os bondes eram fabricados no próprio país.
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