segunda-feira, 15 de abril de 2013

Sobraram empregos na Carris durante a Segunda Guerra Mundial


Sobraram empregos na Carris durante a Segunda Guerra Mundial

Em tempos de desemprego torna-se interessante relembrar histórias da Cia. Carris. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) gerou inúmeros efeitos na economia da cidade de Porto Alegre. No que diz respeito ao transporte público, ocorreu a escassez da distribuição de combustível, o que levou a diminuição  da quantidade de ônibus que circulavam na Capital. Como consequência deste fato, os bondes da Carris passaram a circular sempre muito lotados, já que precisavam dar conta dos seus usuários tradicionais  além dos habituais passageiros  de ônibus. 
Outra consequência da guerra foi a diminuição da mão-de-obra disponível para a Companhia. Grande parte dos motorneiros e dos condutores dos bondes encontravam-se em idade militar e muitos foram convocados para o exército brasileiro. Na tentativa de resolver o problema, a Carris propõem a contratação de mulheres para o serviço de cobrança de passagens. Entretanto, essa tentativa foi frustrada pela negativa dada pelo Ministério do Trabalho, que não considerou o trabalho dentro dos bondes como algo condizente a condição feminina. 
Como consequência da falta de operadores, a Carris se vê obrigada a retirar parte de seus veículos de circulação (o que piorou a situação de super lotação nos bondes que ainda circulavam) e, numa atitude de emergência, publica a seguinte nota na imprensa:
 "(...) Há empregos na Carris. Parece mentira mas é verdade. Empregos a disposição de quem interessar possa. O dinheiro tem o mesmo valor. E quem numa época destas, estando desempregado, pode permanecer indiferente? Não custa nada experimentar. Há escolas para conductores e motorneiros (...) É muito simples, não precisa ter diploma de coisa alguma. Basta a escola da vida (...)"*
Mesmo com o anúncio no jornal poucos candidatos apareceram para o preenchimento das vagas, o jeito foi buscar auxílio na Prefeitura de Porto Alegre, que disponibilizou seus funcionários para completar a mão-de-obra necessária para que a Companhia colocasse 113 bondes em circulação na cidade. 


               * Jornal Correio do Povo. Porto Alegre, 11.06.1944.

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