quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O mais antigo funcionário




No Correio do Povo usado como fonte na outra postagem tem uma menção ao mais antigo funcionário da Carris, senhor Boleslau Mariano, com 57 anos de serviço. Bem, hoje tal marca foi superada pelo sr. Antônio Carris, carinhosamente chamado de seu Antônio. Ele completou 60 anos de Carris em dezembro do ano passado. Foi homenageado, na ocasião, por uma festa dos colaboradores.
Nascido em Cruz Alta (RS) em 1923, seu Antônio veio para Porto Alegre em 1946. Conseguiu seu primeiro emprego como sapateiro e, em 1947, foi contratado pela Carris para atuar como cobrador nos bondes da linha Floresta. Após um ano, foi promovido a motorneiro, e passou a operar todas as linhas dos bondes.
Em 1950, transferiu-se para o setor de ocorrências. Ele registrava tudo o que acontecia com os bondes durante o dia. Recebia as informações por telefone, muitas vezes por parte dos usuários. Era uma atividade parecida com a do Sistema de Atendimento ao Cliente de hoje. Um boletim com estas ocorrências era publicado diariamente, para conhecimento de todos os funcionários. Após dois anos, começou como escriturário no departamento de pessoal. Em seguida, passou a exercer funções de auxiliar administrativo, na área de admissão de novos funcionários. Foi aí que surgiu um interesse que ele desconhecia até então: a datiloscopia, a ciência que estuda as impressões digitais das pessoas.
Todos os dias, Antônio tirava as impressões digitais de diversos funcionários, e lhe interessava o fato de cada um compreender o contrato de emprego de uma maneira diferente. Ele começou a relacionar as distintas interpretações com o formato das impressões digitais. Pesquisou sobre o assunto por mais de 12 anos e, ao longo deste tempo, desenvolveu uma técnica batizada por ele de “Datilopsicologia”. Essa técnica permite conhecer o Quoeficiente de Inteligência Constitucional (QIC) e o temperamento de qualquer pessoa a partir de uma análise minuciosa das digitais. Após os 12 anos de pesquisa, publicou um livro intitulado “Datilopsicologia”. Por conta da publicação, foi convidado a participar de um simpósio sobre egiptologia em Londres, na Inglaterra. Lá ele ficou responsável por analisar as impressões digitais de dez múmias e revelar o temperamento de cada uma durante a vida.
Acima, foto dele na homenagem com dois colegas, Elson Viana (vestido de motorneiro) e Galvânia.

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