Já falamos aqui do trabalho que realizamos nos terminais da Carris através do programa de história oral. Nele, entrevistamos colaboradores dispostos a nos relatar um pedaço de sua trajetória na empresa. As entrevistas são diversas e abarcam antigos e novos funcionários no intuito de coletar os mais diferentes depoimentos daqueles que no seu dia a dia constroem a história da companhia.
No dia 14 de abril estivemos no terminal em frente ao shopping Praia de Belas nas linhas T5 e T2. Nesse dia, além de outros colaboradores, entrevistamos o senhor Nei Fernando de Oliveira. Nei, como é carinhosamente chamado pelos colegas, tem uma relação com a Carris que inicia na sua infância, com um sonho que só se concretizou quando ele entrou na empresa. Quando criança, Nei não sabe estimar com que idade exatamente, ele sonhava em trabalhar como motorista de uma família que ostentaria um brasão.
Dirigindo desde a infância, segundo nos relatou, trabalhou na força aérea durante oito anos. Lá formou uma banda e tocava como corneteiro para eventos oficiais. No entanto, a não realização do sonho o fez deixar esse trabalho e ir em busca de seu ideal. Dessa forma, passou pela Petrobrás, pela Copesul, como motorista da diretoria e foi dois anos motorista particular do presidente do internacional, além de trabalhar como motorista das lotações em Porto Alegre. Entretanto, seu sonho ainda não se realizara e Nei continuava em busca daquilo que para si era um objetivo de vida.
Após trabalhar em diferentes locais, Nei realizou concurso para a Companhia Carris e obteve aprovação. Ao iniciar o trabalho na linha T2, “desbravando a perimetral” que, na época, estava em construção, Nei se deu conta que aqui, na empresa, seu sonho havia se realizado. Com os olhos cheios de água e a voz embargada afirma que na Carris carrega , como motorista, o brasão de família que tanto sonhava, o brasão da família Carris.
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