<><>Já falei neste espaço dos relatos que já ouvi de bonde. São diversos: brincadeiras de crianças, amizades e até encontros amorosos, que resultariam, algumas vezes, em casamento. O bonde não era somente um meio de transporte, era um estilo de vida, agradável e romântico nas ruas da Capital.
<><>Quando a Carris fez 130 anos foi realizado um concurso de histórias de bonde. Dez deles foram escolhidos e publicados no livro Centro e Trinta Anos: relatos de uma história. Nas próximas postagens colocarei algumas dessas, que merecem ser lembradas.
<><>Aqui coloco o relato de Maria Cristina Azeredo, pedagoga e moradora de Porto Alegre. Este texto foi um dos escolhidos para o livro. Segundo ela, “o concurso promovido pela Carris foi uma ótima forma de proporcionar aos mais antigos uma oportunidade de relembrar os bons tempos e, aos jovens, imaginar como era gostoso e seguro viajar de bonde. Seria tão bom que pelas ruas de nossa cidade os bondes circulassem novamente, a exemplo de várias capitais européias”.
<><>O “Duque”
<><>O bonde “Duque”, geralmente uma gaiola, ligava a Rua Duque de Caxias ao antigo abrigo dos bondes, em frente ao Mercado. Era uma linha curta, percorria a rua sem observar as paradas, o motorneiro parava em frente das casas quando via moradores esperando.
<><>Eu era menina, viajava no “Duque” com minhas tias. Ainda me lembro daquele jeito simples, tranqüilo, que se sentia no bonde, funcionários e passageiros se conheciam, conversavam, trocavam receitas de chás caseiros...
<><>“Boa tarde, trouxe um pedaço do meu pão para o senhor”. “Obrigado!” “Bom dia, dona Ignácia, melhorou do reumatismo?” “Sim, obrigada”. “Seu marido não apareceu ontem, dona Merica”. “É que ele está amolado”. “Bom dia, o senhor sabe se a dona Elvira já foi para o mercado?” “Já foi, ele vai lhe esperar lá”.
<><>Tempos de vida calma, sem medos, não havia pressa, as pessoas cumprimentavam o motorneiro, que sabia onde cada uma iria descer.
<><>Uma vez, uma senhora subiu com uma menina, na Praça do Alto da Bronze, quando no abrigo dos bondes, uma chuva caiu forte. A senhora se assustou, pois não poderia descer com a pequena (convalescendo do sarampo), mas precisava pegar o dinheiro no banco. Prontamente o motorneiro disse que ela deixasse a menina no primeiro banco, que olharia e que fosse descansada, pegaria na outra volta. E foi o que ela fez. Lá se foi tranqüila, e a pequena, satisfeita, ficou passeando de bonde...
<><>Assim era o bonde “Duque”, amigo, cordial, calmo, espelhando a vida de nossa cidade naquela época.
<><>Quando a Carris fez 130 anos foi realizado um concurso de histórias de bonde. Dez deles foram escolhidos e publicados no livro Centro e Trinta Anos: relatos de uma história. Nas próximas postagens colocarei algumas dessas, que merecem ser lembradas.
<><>Aqui coloco o relato de Maria Cristina Azeredo, pedagoga e moradora de Porto Alegre. Este texto foi um dos escolhidos para o livro. Segundo ela, “o concurso promovido pela Carris foi uma ótima forma de proporcionar aos mais antigos uma oportunidade de relembrar os bons tempos e, aos jovens, imaginar como era gostoso e seguro viajar de bonde. Seria tão bom que pelas ruas de nossa cidade os bondes circulassem novamente, a exemplo de várias capitais européias”.
<><>O “Duque”
<><>O bonde “Duque”, geralmente uma gaiola, ligava a Rua Duque de Caxias ao antigo abrigo dos bondes, em frente ao Mercado. Era uma linha curta, percorria a rua sem observar as paradas, o motorneiro parava em frente das casas quando via moradores esperando.
<><>Eu era menina, viajava no “Duque” com minhas tias. Ainda me lembro daquele jeito simples, tranqüilo, que se sentia no bonde, funcionários e passageiros se conheciam, conversavam, trocavam receitas de chás caseiros...
<><>“Boa tarde, trouxe um pedaço do meu pão para o senhor”. “Obrigado!” “Bom dia, dona Ignácia, melhorou do reumatismo?” “Sim, obrigada”. “Seu marido não apareceu ontem, dona Merica”. “É que ele está amolado”. “Bom dia, o senhor sabe se a dona Elvira já foi para o mercado?” “Já foi, ele vai lhe esperar lá”.
<><>Tempos de vida calma, sem medos, não havia pressa, as pessoas cumprimentavam o motorneiro, que sabia onde cada uma iria descer.
<><>Uma vez, uma senhora subiu com uma menina, na Praça do Alto da Bronze, quando no abrigo dos bondes, uma chuva caiu forte. A senhora se assustou, pois não poderia descer com a pequena (convalescendo do sarampo), mas precisava pegar o dinheiro no banco. Prontamente o motorneiro disse que ela deixasse a menina no primeiro banco, que olharia e que fosse descansada, pegaria na outra volta. E foi o que ela fez. Lá se foi tranqüila, e a pequena, satisfeita, ficou passeando de bonde...
<><>Assim era o bonde “Duque”, amigo, cordial, calmo, espelhando a vida de nossa cidade naquela época.
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