terça-feira, 4 de novembro de 2008

Fichas de Porto Alegre


<><>Em Porto Alegre, desde o ano passado, foi implantado o Tri. O Sistema Integrado de Transporte, também chamado de bilhetagem eletrônica, tem como objetivo facilitar o fluxo nos coletivos. Com um cartão na mão, os usuários não precisam se preocupar com fichas e moedas. Nós, da Carris, temos o cartão Tri de rodoviário e eu o utilizo junto com meu crachá da empresa. Ele é um das coisas que as crianças mais percebem num primeiro contato. Para quem utiliza este sistema torna-se distante o tempo das fichas e bilhetes. Nada como relembrarmos, portanto.
<><>No Memória existe um expositor com vários tipos de tickets usados por bondes e ônibus ao longo da história da Carris. Há várias passagens de papel (para espanto das crianças) e uma tradicional dos elétricos, de metal, com um aspecto que lembra a roda de um bonde. Todos esses já foram vales - transporte em um certo período na Capital. No caso dos de papel, vinham em bloquinho ou em rolinhos e eram destacados de acordo com a necessidade. Muitos me perguntam espantados como se fazia em dias de chuva ou se molhassem. Respondo que se deixava secar ou perdia-se, ficando-se com o prejuízo.
<><>Antes da década de 80 cada empresa tinha os seus vales e as tarifas eram diferentes, de acordo com o trajeto percorrido. Assim, é comum encontrar, em nossas passagens, na identificação, o nome da empresa. Fico imaginando como era num dia atípico em que o usuário necessitasse pegar um ônibus diferente dos tradicionais. Bem, a necessidade é a mãe das invenções.
<><>As últimas fichas de Porto Alegre são de plástico, as integrais são verdes e as de estudante são rosa. Geralmente se comprava de saquinho, contendo 50 ou 75 vales. Por ser muito utilizadas, as passagens também eram “moeda corrente”, podendo ser trocadas por sorvete, chocolate ou qualquer outra guloseima. O interessante é que está prática é histórica. Nos primeiros bondes que transitaram no Brasil, as passagens eram aceitas como moeda de troca por mercadorias em diversos estabelecimentos. Já escrevi sobre isto aqui. A história não se repete, mas acontece de forma bastante análoga, podemos afirmar.

Um comentário:

Unknown disse...

Débora, boa tarde.
Meu nome é Eduardo Cunha, tenho 59 anos e moro no Rio de Janeiro. Pela primeira vez, vi este blog e entrando nele, encontrei a matéria sobre os tickets e as fichas da Carris. Meu hobby, é exatamente colecionar fichas e vales transportes, em metal, baquelite e em plástico, utilizadas em todos os meios de transporte brasileiros. Tenho quase 13.000 peças diferentes de 15 estados brasileiros e bastante material do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul. Li seu comentário sobre a ficha metálica da Carris e vi a foto onde ela aparece, junto com vários tickets, e gostaria de comentar contigo, caso não saiba, que a Carris também teve fichas de galalite e plástico, ambas utilizadas nos ônibus, em cores e também dois tamanhos diferentes. Caso lhe interesse, entre em contato pelo meu email (ecunha2@click21.com.br), que lhe enviarei as imagens destas fichas. Abraços, Eduardo Cunha.